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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Lendo sobre os "Corpos Mutantes"


Os percursos do corpo na cultura contemporânea – Malu Fontes



Comentário:

Após uma leitura maravilhosa, me vi na obrigação de expor algumas informações interessantes sobre este artigo, integrante da obra Corpos Mutantes – Ensaios sobre novas (d)eficiências corporais. A discussão sobre as transformações corporais e a tecnologia envolvida nessas mudanças em meus estudos é recente, mas muito interessante às análises necessárias em qualquer área principalmente no campo educacional, pois lidamos com Seres humanos em constante mutação física e psicológica. Assim a leitura desse material é um arcabouço teórico imprescindível para a compreensão de uma realidade em nossa prática até pouco discutida.

Com o objetivo de analisar um modelo, vamos dizer que, “padrão” para o corpo apresentado a partir do séc.XX, a autora desenvolve os conceitos de corpo canônico ao qual está vinculado a idéia de desejo, de construção através da cultura midiática e corpo dissonante o qual está associado a uma falta de aceitação em relação à corporeidade canônica.

O corpo canônico (desejável) pressupõe transformações cirúrgicas, dietas, uso de cosméticos, remédios etc., tudo em busca da beleza e da potencialização. Esse corpo sofre alterações ao longo do século, e buscando entender o desenvolvimento desse cenário que dá origem a este corpo tido como “o desejável” imposto e disseminado pela cultura de massa, Fontes (2009), faz um retrospecto e evolução do corpo no Ocidente, onde esse elemento social sai de uma passividade e repressão, para ser utilizado como referencial de ações políticas e públicas e de liberdades, inclusive de expressão. Com isso sai de longos anos com uma visão demonizada, impregnada pelas regras religiosas para uma exposição midiática, com exaltação à beleza do momento e aos músculos desenvolvidos.

Nessa panacéia de mudanças o foco desse corpo através dos estímulos da mídia é potencializar a beleza, a juventude, a sensualidade e a boa forma física. Para tanto o papel da Medicina e da ciência com seu desenvolvimento tecnológico forneceu diversas possibilidades para essa reformulação do corpo.

Ao longo do Séc. XX o corpo assume representações determinadas como: corpo representado: construído pelo olhar do outro, por exemplo, a Igreja; corpo representante: ativo, conhecedor de sua função política, vitrine de expressões; corpo apresentador: está a serviço de uma cultura, ligado a forma, construído pela Medicina e ciência. Após essas transformações corporais e temporais temos então segundo Fontes (2009), “(... ) um corpo alterado mediante práticas, métodos, artifícios, que emergiram ou foram aperfeiçoados ao longo do séc. XX e que tem na mídia o mais poderoso instrumento de divulgação e disseminação.”

Em oposição a este corpo temos o corpo dissonante, se configura naquele que não atende às transformações da cultura do momento, Mas nem por isso deixa de ser “espetacular” aos olhos daqueles que são canônicos, pois expressa o estranhamento social, a figura grotesca, dissonante do que está posto a sociedade. Dessa forma a pessoa que tem o corpo dissonante com a corporeidade canônica desenvolve sérios problemas psicológicos, que se expandem ao campo físico na medida em que estes não se assemelham com as referências atuais, ou seja, os padrões.

A leitura agradável e esclarecedora deste material nos motiva a pensar em várias questões acerca desse corpo que sofre alterações impostas pelos elementos tempo e espaço, associados à cultura. Essas mudanças também podem ser comprovadas e estudadas na sala de aula e com isso as expressividades que surgem e não são entendidas por aqueles que não conhecem essas discussões e transformações.

Ao refletir sobre essas definições no ambiente escolar, identificamos todo esse cenário de construção do corpo canônico, principalmente quando lidamos com adolescentes, e a necessidade que eles têm de atender aos apelos de transformação. Assim com podemos observar as reações estabelecidas com relação ao corpo dissonante, o sentimento de estranhamento, de falta de enquadramento e até repulsa por parte da maioria, gerando muitas vezes o “bulyng”, um fato cada vez mais comum na escola.

Referência:
FONTES, Malu. Os percursos do corpo na cultura contemporânea. Corpos Mutantes. Editora UFRGS, Porto Alegre, 2009






Corpos amputados e protetizados: “Naturalizando” novas formas de habitar o corpo na contemporaneidade – Luciana Paiva




Após a leitura do texto de Fontes (2009), a sugestão recai sobre os corpos vamos classificar assim, já que aprendemos este novo conceito, como dissonantes, ou seja, os corpos mutilados, amputados e o uso de próteses, o que não altera o olhar de estranhamento já conhecido.

As relações que se estabelecem em torno do corpo e nele próprio a partir de uma amputação e posteriormente da utilização de uma prótese são interessantes no que se refere ao desenvolvimento de uma nova visão pessoal e do outro (de quem vê) sobre o corpo. O foco desse material é exatamente esse, o de tentar compreender essas relações e os efeitos desse processo. A discussão acerca das sensações e novas adaptações do corpo por parte de quem sofreu a amputação e por parte de que vê esse corpo modificado nos remete a outras questões tantas como as subjetividades da corporeidade. O conteúdo destaca as expressões do corpo como provisórias, já que sofrem constantes alterações.

O corpo que habitamos carrega a identidade do indivíduo. Expressa as marcas corporais como beleza, saúde, perfeição. Porém pode representar as marcas de uma doença, acidente, etc. e por meio dessas marcas o indivíduo é classificado e julgado pela sociedade e geralmente é rejeitado pelos outros ou até por ele mesmo, pois não se reconhece naquele corpo que teve uma parte extirpada, diminuindo a potência ou a saúde do mesmo. Daí a tecnologia ter uma função primordial de ajudar projetando, construindo e atualizando o corpo humano, transformando em “natural” o artificial (no sentido de aceitável). Baseando-se na idéia de que o corpo é uma máquina e pode ter suas peças trocadas, substituídas, para atualizar e potencializar suas funções é que as próteses são um artifício importante àqueles que sofreram perdas corporais. Todavia essas transformações não escapam ao olhar do outro sobre o sujeito, sobre aquele corpo.

A análise dos corpos amputados permite observar as transformações não somente na parte física como também na forma de viver e perceber as mudanças após a intervenção. A visibilidade e sensação de imperfeição é um ponto crucial no debate. Na medida em que se consideram imperfeitos e são vistos como tal, gostariam de serem menos visíveis, para fugir ao olhar do outro e a própria censura. No entanto o que acontece é a exposição, a visibilidade, visto que se destacam do “normal”, são estranhos aos padrões, seus corpos já não fazem modelo ao que se deseja culturalmente.

Ao mesmo tempo as amputações fazem com que o indivíduo passe a valorizar o corpo, pois teve a sensação de perder uma parte deste e ter de se reestruturar, reconstruir para buscar novas potencialidades para o mesmo. A partir de então, o objetivo primordial é alongar o período de saúde do corpo, de utilização. Penso então, que a amputação é o divisor de entre o antigo e um novo estilo de vida, além da morte real de uma parte do corpo. Muito embora esse mesmo corpo busque a longevidade através de uma nova forma corporal. O sentimento gerado ao não aceitar a mudança do corpo decorrente da amputação, significa viver num passado a procura de um corpo que não existe mais. É necessário reabilitar esse corpo, oferecer um novo significado em sua funcionalidade.




Velhice, palavra quase proibida; Terceira idade, expressão quase hegemônica - Annamaria Palacios


Este texto da coletânea nos remete a pensar sobre os idosos abordando quais as visões desse estágio de vida do corpo a partir da propaganda e perfil traçados pela indústria de cosméticos. De fácil leitura e realmente esclarecedor no que tange aos ideais de maturidade para o corpo. Nunca antes havia parado para pensar na maneira como esse estágio do corpo e da mente é tratado, no entanto a autora acerta em levantar a discussão acerca da idéia de decrepitude inserida no conceito de velhice, como se entendesse que o corpo está perdendo quase que totalmente suas funções. sua potência, um verdadeiro esgotamento da petencialidade da máquina "corpo". Numa outra visão a mesma também detalha a determinação da chamada Terceira idade, porém agora tratada como se o corpo entrasse num novo estágio de vida, funcionalidade, diminuida, mas estando em um ciclo ativo ainda. Nesse ponto que a indústria de cosméticos atua fortalecendo o ideal de um corpo com potencialidade reduzida, mas ativo, e com autodesenvolvimento, potencializado e rejuvenecido pelos produtos que "esticariam" os prazos.


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O uso do vídeo na sala de aula

Sabemos que o recurso midiático do vídeo é um atributo extremamente interessante ao dia-a-dia numa sala de aula, porém muitas vezes não sabemos como utilizá-lo adequadamente. Inserir um vídeo num planejamento requer todos os cuidados de qualquer outro recurso pedagógico. O movimento, a utilização de imagens os temas referentes a realidade que nos cerca permitem o acesso mais fácil ao educando.
Muitas vezes o vídeo é utilizado de maneira equivocada, tornando-se um recurso que simplesmente tem a função de ocupar o tempo de aula. Algumas metodologias são necessárias para a adoção dos vídeos em aula, tais como: o conteúdo abordado, tendo relação com o conteúdo trabalhado na disciplina que o exibe, a interferância mediadora do professor nos momentos de maior importância para que os educandos percebam e identifiquem os pontos de interesse para a aula, se necessário reprisar cenas para que sejam assimiladas melhor. Não podemos esquecer de que é imprescindível a avaliação do que foi trabalhado.
Alguns pontos devem ser colocados, para que tenhamos cuidado na utilização desse tipo de recurso, pois ele é eivado de conteúdo político, formador de opinião, representante muitas vezes, de um determinado momento histórico e por isso deve ser esclarecido neste ponto.