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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Resenha - Módulo 1



Universidade Federal da Bahia
FACED- Faculdade de Educação
Especialização em Tecnologias e Novas Educações
Módulo 1 – A dimensão estruturante das tecnologias
Professores: Adriane Halmman e Nelson Pretto
Aluna: Samanta Tatiane da Silva Brito


RESENHA


Samanta Tatiane da Silva Brito*


TAPSCOTT, Don. Geração digital – a crescente e irreversível ascensão da Geração Net. (tradução de Ruth Grabriela Bahr). São Paulo: Makron Books, 1999.

 

O livro resenhado titulado Geração Digital – a crescente e irreversível ascensão da geração Net, tem como proposta analisar a inserção da informática na realidade mundial e os impactos que isso provoca nos sistemas e nos indivíduos. Esta obra está dividida em três partes, que se conectam entre si, para desenvolver a opinião do autor sobre essa geração permeada pela tecnologia, nesse caso a internet. Don Tapscott é autor de diversos livros dirigidos à sociologia considerados de grande importância em análises sobre o assunto abordado. Para desenvolver seus conceitos e estudos ele participa de instituições voltadas à pesquisa do tema de interesse.

 
Pautado nas relações que a internet e seu crescimento refletem sobre o indivíduo, desde seu primeiro contato além de seu desenvolvimento em meio a este cenário de interatividade. Uma leitura fácil, fluida, bastante agradável, já que se trata de um tema cotidiano, que está voltado às nossas experiências pessoais ou próximas.

 
Através dos capítulos o autor, traça o cenário de sua análise, partindo do ponto em que reflete sobre as gerações do homem, passado e presente e a interferência do digital, para num segundo momento pensar acerca das transformações que se estabelecem nas crianças que pertencem a chamada pelo mesmo de Geração Digital. E por fim no último capítulo faz inferências sobre a educação em meio a este processo do digital e nas formas como se estabelece o aprendizado, buscando com comparativos de modelos.


Iniciando o capítulo 1 do livro, Tapscott analisa a geração de crianças nascidas em meio à cibercultura e as novas tecnologias, ao mesmo passo em que relata as condições que antecediam este processo e fizeram parte do cotidiano dos antecessores destas crianças. Essa revisão é breve, pois o foco está na Geração Digital, esta geração de crianças segundo eles emergiu principalmente nos Estados Unidos entre as décadas de 80 e 90 e teve como elemento diferencial o uso de novas tecnologias como o computador, celular etc., com isso nasceram com habilidades próprias para lidar com essas tecnologias, e apresentam enorme facilidade na interação com as mesmas, pois estão cotidianamente rodeadas pelos equipamentos. Enquanto que os pais destas crianças aprendem a manusear e interagir com estes equipamentos, demonstrando menos habilidades, e mais dificuldades em conhecer as interfaces possíveis (boomers, assim chamados). A todo o momento pra falar dessa nova geração de crianças Tapscott faz esse paralelo entre os pais e suas dificuldades. No bojo dos estudos o autor demonstra também o incômodo sofrido pelos pais ao perceber os impactos da tecnologia na educação, independência e inteligência dos seus filhos.

 
Na segunda parte do livro Tapscott faz uma sistematização de uma série de entrevista realizadas por meio de fórum na internet de onde extrai informações pertinentes aos seus estudos com relação às características desenvolvidas nesta nova geração chamada de N-Gen, como: independência, sociabilidade, inovação, imediatismo, sensibilidade, abertura emocional e intelectual, o senso de investigação. Todas estas características permitem a configuração de uma cultura, um novo pensamento onde estes aspectos são preponderantes e esta nova geração de crianças possui uma nova forma de processar informações e produzir conhecimento, muito diferente das gerações anteriores, como a de seus pais.

 
A terceira parte do livro revela a interpretação do autor com relação às novas formas de aprendizado dessa geração N-Gen, onde a investigação por meio da internet e do uso de equipamentos tecnológicos é a base da forma de pesquisar e assimilar o conhecimento, superando a idéia de transmissão anteriormente utilizada pela educação. A independência e o senso de investigação facilitam essa forma de aprendizagem. A linearidade é superada pela postura de busca e de debate, onde as informações são pesquisadas, suas fontes revolvidas e questionadas até a assimilação, assim muda todo o processo de aprendizagem, já que a interação ganha destaque, pois é interagindo com a internet, os chats, as mídias, os programas que o conhecimento vai se processando. Essa é uma das principais marcas dessa geração N-Gen. Para além dos aspectos dessa geração o autor também faz reflexões acerca das transformações no Mundo provenientes desses novos personagens, pensando de que maneira eles criarão as bases da sociedade? Como? O que farão? Qual será o resultado dessas novas relações, com esses seres autônomos, inteligentes, dinâmicos e pesquisadores. Conseguirão ser líderes? Bom, a leitura do livro Geração Digital – a crescente e irreversível ascensão da geração net, serve como ponto de partida para quem se destina ao estudo das transformações sociais em decorrência das tecnologias. A dinâmica dos processos que se estabelecem, entre os atores sociais, assim como o crescimento e avanço constante das tecnologias, são fonte para inúmeros estudos que são possíveis a partir das análises projetadas de Don Tapscott nesta obra. Uma ótima leitura para despertar o olhar e as reflexões sobre as tecnologias e a sociedade.

 

 

* Graduada em Geografia (UEFS); Especialista em Docência do Ensino Superior (ABEC); Professora da Rede Municipal de Salvador, Bahia; Estudante de Especialização em Tecnologias e Novas Educações (FACED-UFBA).











quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Debates - Módulo 1





DIMENSÃO ESTRUTURANTE DAS TECNOLOGIAS




Esse tópico em nossas observações e leituras é entendido como a capacidade ou propriedade que as tecnologias tem de agregar e se complementar numa nova linguagem, em novas formas de lidar com a realidade em meio às tecnologias. Assim, temos uma sociedade em que o aparato tecnológico nos insere num Universo de constantes modificações, onde barreiras são quebradas, remodeladas e ou simplesmente superadas por meio de novas organizações sociais em torno desse cenário digamos, que tecnológico. A capacidade que as tecnologias têm de convergirem entre si e com o sujeito nos permite inúmeras análises acerca das reações e inter-relações que se estabelecem. Por isso a necessidade de se entender essa capacidade de conectividade, coesão e organização que as tecnologias nos colocam nesse contexto.





A PRÁXIS E A TECNOLOGIA:



Sem dúvidas a prática pedagógica sofreu inúmeras alterações frente às transformações pelas quais a sociedade passa. As relações entre os atores do processo se estabelecem de forma cada vez mais dinâmica, não atendem mais aquela idéia mecanicista de se apreender o conhecimento por partes, particularizado e individualizado. Nesse novo cenário, os indivíduos tendem a serem capazes de desenvolver diversas atividades necessitando e aprendendo novos conhecimentos enquanto praticam, ou tão somente já nascem com certa predisposição ao domínio das tecnologias e com isso adotam ao seu cotidiano esses conhecimentos. O conhecimento é propagado e reformulado de maneira constante, cíclica e autônoma, ao mesmo tempo em que ensina também aprende.





DOCÊNCIA ON LINE:



A docência em meio à cibercultura perpassa uma série de novas experiências no que tange à aprendizagem humana e a forma como a cultura é incorporada pelo mesmo. Surge a necessidade cada vez maior de uma visão transdisciplinar do conhecimento.

Na cibercultura a produção coletiva permite o estímulo dos papéis de colaboração entre os atores. Além do conhecimento das tecnologias aplicadas neste processo.

As Novas tecnologias possibilitaram a digitalização da informação extrapolando a barreira do que era somente impresso, promovendo assim uma junção da tecnologia com as linguagens. Toda essa sessão de mudanças colaborou para uma modificação social e das técnicas aplicadas. Daí como resultado desse panorama, o desenvolvimento da cibercultura na qual a Educação Online emerge como um produto.

Porém só é possível uma educação nesses moldes quando habitamos o ciberespaço, as redes, fóruns etc. e não somente nos momentos de cumprimento de tarefas. Quanto à formação dos professores mediadores, podemos dizer que são habitantes das plataformas, pois muitos deles são formados em meio à prática, no processo da cibercultura, num processo contínuo.





CIBERCULTURA:



O ciberespaço faz com que as fronteiras sejam quebradas, ultrapassadas em limites, nunca antes atingidos. O sistema On line, permite a conexão de espaços, territórios longínquos em tempo real, mesmo mantendo sua distância física. Inclusive a noção de urbano e rural sofreu alterações profundas, já que os elementos que definiam um ambiente urbano, hoje também fazem parte do rural, como o computador, as máquinas, a internet, o mesmo fluxo de informações que circula no ambiente urbano se conecta na rede com o rural, logo as cidades assumem dimensões muito maiores do que as expressas fisicamente pelas suas fronteiras.

O ciberespaço desloca os fluxos, desconcentra, porém não acabam com os centros, os chamados pólos, ele cria outros, no ambiente virtual, os “nós” da rede.

O reequilíbrio dessas desterritorialização pode ser restabelecido promovendo uma reorganização interna porém, conectada como Mundo, através do ciberespaço, valorizando e criando as competências e recursos locais que sejam diferenciadas das competências hegemônicas que conduzem o cenário.

O conceito de auto-estradas da informação limita-se a falar da estrutura física dos meios de comunicação, cabos e tipos de conexões, levando em consideração o aumento dos fluxos e os usuários do sistema de internet. No entanto a análise de Levy questiona outros aspectos dessa assimilação do ciberespaço com as formas, a infra-estrutura estabelecida pelos meios de comunicação. Faz a conexão entre os computadores e os dispositivos de comunicação do Mundo, de maneira rápida e dinâmica e mutante, sendo além de técnico social, coletivo.

A parte essencial do ciberespaço á a produção coletiva que a configura num produto social, ultrapassando as barreiras físicas da comunicação através de linhas.

A proposta de articulação entre território e inteligência coletiva, Não implica na substituição do território físico pelo ciberespaço, mas sim na exposição em tempo real das competências, recursos do território através do ciberespaço, superando a lentidão e as distâncias estabelecidas até então.

A articulação da cidade é possível com essas mudanças nas estruturas e no entendimento de inteligência coletiva, quando os equipamentos podem ser construídos e assistidos coletivamente através dos ciberespaços; as diversas opiniões dos cidadãos possam ser admitidas.


RÁDIO:

O rádio é uma tecnologia ainda pouco utilizada nas escolas. É notório seu potencial agregador, de produção coletiva onde são desenvolvidas habilidades existentes, bem como novas. Nessa aliança entre tecnologias e educação novas relações são moldadas e o diálogo se eleva ao plano do desenvolvimento de novos conhecimentos.
Com o rádio é possível a abertura de novos espaços de diálogo e de criatividade, onde o aluno pode sobrepor as barreiras da sala de aula e expor suas habilidades tanto no processo de construção da proposta com o rádio, quanto na prática do mesmo já que são os produtores. Com isso desenvolvem a capacidade crítica sobre os assuntos e conteúdos relatados através da rádio. Esse elemento permite uma linguagem já que altera o ciclo de produção e aprendizagem, visto que temos: aluno produtor, professor mediador, produção coletiva e avaliação coletiva. Não podemos esquecer também da oportunidade de envolvimento de toda comunidade escolar, principalmente se no contexto das pautas forem tratados assuntos relativos à realidade dos mesmo. Então colegas, com mais esse estímulos tecnológico, vamos lançar mão desse instrumento!



HACKER

A idéia equivocada que se faz do papel dos hackers na cibercultura faz com que muitas vezes seja desprezada essa figura, que por natureza surgiu como grandes testadores de tecnologias, auxiliando no desenvolvimento de novas formas mais adaptadas às realidades e necessidades dos usuários, já que estes personagens vivem de estudar, e desenvolver tecnologia. Os organismos internacionais muito embora tendem a divulgar uma idéia de que são invasores, praticamente destruidores de um mundo tecnológico, quando se mudássemos o foco desse discurso, eles seriam tão somente desveladores dos defeitos, ou falhas de uma determinada inovação tecnológica, já que buscam através da prática e uso do mesmo a exaustão dos recursos que o põe em atividade, até que sejam reveladas todas as suas nuances. Lembro que desde minha infância em filmes de holywood esse personagem, "o hacker", é comparado e até tratado com o celerado, destruidor, que planeja muitas vezes devolver o Mundo a chamada Idade da Pedra. Porém é óbvio que as empresas muitas vezes preferem construir determinada tecnologia e desejam ganhar dinheiro com ela sem maiores investimentos, durante o maior tempo possível. Aí então a figura do hacker ganha grande importância nesse cenário, de avanços e tempo pra descobrir as praticidades de cada tecnologia desenvolvida. Podemos então começar a mudar muitas de nossas relações com os personagens da cibercultura pensando de forma mais autônoma em relação a realidade.





Referências Bibliográficas

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.



PRETTO, Nelson De Luca (org.). Tecnologia e novas educações. Salvador: Edufba, 2005.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Lendo sobre os "Corpos Mutantes"


Os percursos do corpo na cultura contemporânea – Malu Fontes



Comentário:

Após uma leitura maravilhosa, me vi na obrigação de expor algumas informações interessantes sobre este artigo, integrante da obra Corpos Mutantes – Ensaios sobre novas (d)eficiências corporais. A discussão sobre as transformações corporais e a tecnologia envolvida nessas mudanças em meus estudos é recente, mas muito interessante às análises necessárias em qualquer área principalmente no campo educacional, pois lidamos com Seres humanos em constante mutação física e psicológica. Assim a leitura desse material é um arcabouço teórico imprescindível para a compreensão de uma realidade em nossa prática até pouco discutida.

Com o objetivo de analisar um modelo, vamos dizer que, “padrão” para o corpo apresentado a partir do séc.XX, a autora desenvolve os conceitos de corpo canônico ao qual está vinculado a idéia de desejo, de construção através da cultura midiática e corpo dissonante o qual está associado a uma falta de aceitação em relação à corporeidade canônica.

O corpo canônico (desejável) pressupõe transformações cirúrgicas, dietas, uso de cosméticos, remédios etc., tudo em busca da beleza e da potencialização. Esse corpo sofre alterações ao longo do século, e buscando entender o desenvolvimento desse cenário que dá origem a este corpo tido como “o desejável” imposto e disseminado pela cultura de massa, Fontes (2009), faz um retrospecto e evolução do corpo no Ocidente, onde esse elemento social sai de uma passividade e repressão, para ser utilizado como referencial de ações políticas e públicas e de liberdades, inclusive de expressão. Com isso sai de longos anos com uma visão demonizada, impregnada pelas regras religiosas para uma exposição midiática, com exaltação à beleza do momento e aos músculos desenvolvidos.

Nessa panacéia de mudanças o foco desse corpo através dos estímulos da mídia é potencializar a beleza, a juventude, a sensualidade e a boa forma física. Para tanto o papel da Medicina e da ciência com seu desenvolvimento tecnológico forneceu diversas possibilidades para essa reformulação do corpo.

Ao longo do Séc. XX o corpo assume representações determinadas como: corpo representado: construído pelo olhar do outro, por exemplo, a Igreja; corpo representante: ativo, conhecedor de sua função política, vitrine de expressões; corpo apresentador: está a serviço de uma cultura, ligado a forma, construído pela Medicina e ciência. Após essas transformações corporais e temporais temos então segundo Fontes (2009), “(... ) um corpo alterado mediante práticas, métodos, artifícios, que emergiram ou foram aperfeiçoados ao longo do séc. XX e que tem na mídia o mais poderoso instrumento de divulgação e disseminação.”

Em oposição a este corpo temos o corpo dissonante, se configura naquele que não atende às transformações da cultura do momento, Mas nem por isso deixa de ser “espetacular” aos olhos daqueles que são canônicos, pois expressa o estranhamento social, a figura grotesca, dissonante do que está posto a sociedade. Dessa forma a pessoa que tem o corpo dissonante com a corporeidade canônica desenvolve sérios problemas psicológicos, que se expandem ao campo físico na medida em que estes não se assemelham com as referências atuais, ou seja, os padrões.

A leitura agradável e esclarecedora deste material nos motiva a pensar em várias questões acerca desse corpo que sofre alterações impostas pelos elementos tempo e espaço, associados à cultura. Essas mudanças também podem ser comprovadas e estudadas na sala de aula e com isso as expressividades que surgem e não são entendidas por aqueles que não conhecem essas discussões e transformações.

Ao refletir sobre essas definições no ambiente escolar, identificamos todo esse cenário de construção do corpo canônico, principalmente quando lidamos com adolescentes, e a necessidade que eles têm de atender aos apelos de transformação. Assim com podemos observar as reações estabelecidas com relação ao corpo dissonante, o sentimento de estranhamento, de falta de enquadramento e até repulsa por parte da maioria, gerando muitas vezes o “bulyng”, um fato cada vez mais comum na escola.

Referência:
FONTES, Malu. Os percursos do corpo na cultura contemporânea. Corpos Mutantes. Editora UFRGS, Porto Alegre, 2009






Corpos amputados e protetizados: “Naturalizando” novas formas de habitar o corpo na contemporaneidade – Luciana Paiva




Após a leitura do texto de Fontes (2009), a sugestão recai sobre os corpos vamos classificar assim, já que aprendemos este novo conceito, como dissonantes, ou seja, os corpos mutilados, amputados e o uso de próteses, o que não altera o olhar de estranhamento já conhecido.

As relações que se estabelecem em torno do corpo e nele próprio a partir de uma amputação e posteriormente da utilização de uma prótese são interessantes no que se refere ao desenvolvimento de uma nova visão pessoal e do outro (de quem vê) sobre o corpo. O foco desse material é exatamente esse, o de tentar compreender essas relações e os efeitos desse processo. A discussão acerca das sensações e novas adaptações do corpo por parte de quem sofreu a amputação e por parte de que vê esse corpo modificado nos remete a outras questões tantas como as subjetividades da corporeidade. O conteúdo destaca as expressões do corpo como provisórias, já que sofrem constantes alterações.

O corpo que habitamos carrega a identidade do indivíduo. Expressa as marcas corporais como beleza, saúde, perfeição. Porém pode representar as marcas de uma doença, acidente, etc. e por meio dessas marcas o indivíduo é classificado e julgado pela sociedade e geralmente é rejeitado pelos outros ou até por ele mesmo, pois não se reconhece naquele corpo que teve uma parte extirpada, diminuindo a potência ou a saúde do mesmo. Daí a tecnologia ter uma função primordial de ajudar projetando, construindo e atualizando o corpo humano, transformando em “natural” o artificial (no sentido de aceitável). Baseando-se na idéia de que o corpo é uma máquina e pode ter suas peças trocadas, substituídas, para atualizar e potencializar suas funções é que as próteses são um artifício importante àqueles que sofreram perdas corporais. Todavia essas transformações não escapam ao olhar do outro sobre o sujeito, sobre aquele corpo.

A análise dos corpos amputados permite observar as transformações não somente na parte física como também na forma de viver e perceber as mudanças após a intervenção. A visibilidade e sensação de imperfeição é um ponto crucial no debate. Na medida em que se consideram imperfeitos e são vistos como tal, gostariam de serem menos visíveis, para fugir ao olhar do outro e a própria censura. No entanto o que acontece é a exposição, a visibilidade, visto que se destacam do “normal”, são estranhos aos padrões, seus corpos já não fazem modelo ao que se deseja culturalmente.

Ao mesmo tempo as amputações fazem com que o indivíduo passe a valorizar o corpo, pois teve a sensação de perder uma parte deste e ter de se reestruturar, reconstruir para buscar novas potencialidades para o mesmo. A partir de então, o objetivo primordial é alongar o período de saúde do corpo, de utilização. Penso então, que a amputação é o divisor de entre o antigo e um novo estilo de vida, além da morte real de uma parte do corpo. Muito embora esse mesmo corpo busque a longevidade através de uma nova forma corporal. O sentimento gerado ao não aceitar a mudança do corpo decorrente da amputação, significa viver num passado a procura de um corpo que não existe mais. É necessário reabilitar esse corpo, oferecer um novo significado em sua funcionalidade.




Velhice, palavra quase proibida; Terceira idade, expressão quase hegemônica - Annamaria Palacios


Este texto da coletânea nos remete a pensar sobre os idosos abordando quais as visões desse estágio de vida do corpo a partir da propaganda e perfil traçados pela indústria de cosméticos. De fácil leitura e realmente esclarecedor no que tange aos ideais de maturidade para o corpo. Nunca antes havia parado para pensar na maneira como esse estágio do corpo e da mente é tratado, no entanto a autora acerta em levantar a discussão acerca da idéia de decrepitude inserida no conceito de velhice, como se entendesse que o corpo está perdendo quase que totalmente suas funções. sua potência, um verdadeiro esgotamento da petencialidade da máquina "corpo". Numa outra visão a mesma também detalha a determinação da chamada Terceira idade, porém agora tratada como se o corpo entrasse num novo estágio de vida, funcionalidade, diminuida, mas estando em um ciclo ativo ainda. Nesse ponto que a indústria de cosméticos atua fortalecendo o ideal de um corpo com potencialidade reduzida, mas ativo, e com autodesenvolvimento, potencializado e rejuvenecido pelos produtos que "esticariam" os prazos.


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O uso do vídeo na sala de aula

Sabemos que o recurso midiático do vídeo é um atributo extremamente interessante ao dia-a-dia numa sala de aula, porém muitas vezes não sabemos como utilizá-lo adequadamente. Inserir um vídeo num planejamento requer todos os cuidados de qualquer outro recurso pedagógico. O movimento, a utilização de imagens os temas referentes a realidade que nos cerca permitem o acesso mais fácil ao educando.
Muitas vezes o vídeo é utilizado de maneira equivocada, tornando-se um recurso que simplesmente tem a função de ocupar o tempo de aula. Algumas metodologias são necessárias para a adoção dos vídeos em aula, tais como: o conteúdo abordado, tendo relação com o conteúdo trabalhado na disciplina que o exibe, a interferância mediadora do professor nos momentos de maior importância para que os educandos percebam e identifiquem os pontos de interesse para a aula, se necessário reprisar cenas para que sejam assimiladas melhor. Não podemos esquecer de que é imprescindível a avaliação do que foi trabalhado.
Alguns pontos devem ser colocados, para que tenhamos cuidado na utilização desse tipo de recurso, pois ele é eivado de conteúdo político, formador de opinião, representante muitas vezes, de um determinado momento histórico e por isso deve ser esclarecido neste ponto.